Escrevi no meu caderno-rosa ontem de madrugada, e o texto está aqui, acrescentei algumas coisas, mas tirar eu não tirei nada.

Não sei que horas são. Sei que já é tarde, e na verdade já é dia 31.
E sei que não importa o que eu escreva aqui nsse caderno hoje, esse texto vai pro meu blogue.
Tudo.
Todos os acentos, vírgolas, a's e i's.
Versão integral.
Porque o meu blogue foi feito prá isso, E durante 2003 houveram trilhões de coisas censuradas ali.
Medo mesmo, das pessoas lerem, delas se sentirem magoadas, ou que elas me vissem desprovida da máscara, porque não adianta negar, todo mundo usa uma máscara para encarar o mundo.
E tanto que eu fiz um blog secreto, onde eu também acabei me censurando.
De nada adiantou.
E esse post será longo. E se você não quiser ler, sinto muito. E se você quiser, fique à vontade.
Porque esse vai ser o meu ano.
Vai.
E não adianta o olho gordo de ninguém; vai e pronto.
Será que é sempre assim? A gente come;ça o ano entusiasmado, cheio de euforia e depois murcha? Volta na mesma?
Tomara que não.
Esse ano vou ser uma pessoa mais feliz, porque eu vou enfim achar alguém legal; que não me faça sofrer, que me ame de verdade.
Porque esse ano eu vou parar de pensar que tudo e todos com quem ou com que eu começo va ter um fim. E que com esse fim eu vou sofrer.
Porque eu não vou mais pensar no meu ex namorado. Chega né?
Arrependimento tem um limite. E quando esse limite chega a gente joga no esquecimento.
Sério.
Eu acho que nunca me arrependi tanto.
Se tivemos momentos bons? Sim, claro.
Mas eles não superam os ruins, não valeu a pena, em nenhum momento.
E não só isso, tudo.
Arrependo-me de absolutamente tudo. E é a única coisa que eu posso fazer.
Esse ano eu vou fazer um regime (clap, clap, clap, resolução inédita, sim ironia)
Tá.
Mas dessa vez eu preciso emagrecer, e acabar de vez com essa briga que dura a minah vida toda.
Não quero chegar aos meus 40 anos gorda, sozinha e infeliz sentada num sofá comendo comida diet debaixo de 948374837482 quilos.
Seria no mínimo ridículo.
Com 40 quero estar resolvida profissionalmente.
Casada, bem casada. Podendo comer o que eu quiser e sendo feliz.
Tá; "o que eu quiser" talvez não...
Bah, entendam como quiserem.
Ano que vem quero me formar; dar tudo de mim no meu trabalho final. Porque eu sempre doube que ia ter uma hora que eu ia ter de deixar de ser criança.
E eu acho que essa hora chegou.
Minah formatura vai ser minha passagem prá vida adulta
E isso me dói tanto...
...sinto que minha estadia na Terra do Nunca foi curta, que eu não me diverti, nem aproveitei o suficiente. Que eu não encontrei Peter Pan, que eu não vi os meninos perdidos, os índios e as sereias. E que eu não visitei o navio pirata.
Dói.
E esse ano eu vou ser mais paciente, vou ser mais calma.
Vou.
E vou parar de engolir sapos, e parar de aturar pessoas chatas, e parar de aturar pessoas falsas, e as cretinas também.
Porque isso fará bem para mim, e para mais ninguém.
Vou cuidar mais de mim.
Sim senhores, creminhos, melequinhas, pomadinhas e todas aquelas coisas gays que eu não suporto nem nunca suportei.
E esse ano eu vou deixar o meu cabelo crescer.
Vou.
E esse ano eu vou parar de fumar.
Vou mes-mo.
E parar de comer compulsivamente.
E parar de dormir tarde.
E ouvir muito, mas muito mais música do que eu já ouço, porque elas me são essenciais e vitais.
E vou parar de dizer "eu odeio".
E vou desenhar muito mais do que eu desenho (estou falando de quantidade, qualidade é outra coisa).
E vou pintar muito, porque eu não tenho o costume de pintar, e eu acho que deveria ter.
E voume divertir muito.
E vou dizer prá todas as pessoas queridas o quanto eu as amo. E o quanto elas são importantes para mim.
E eu não vou me esquecer do aniversário de nenhum dos meus amigos.

E o mais importante; é que esse ano eu vou me livrar de um mal hábito.
Esse ano eu vou parar de pensar diariamente naquela pessoa.
Você pessoa, que me faz sofrer tanto...
4 anos é o suficiente, não? Estou achando que sim.
Cansei.
Porque depois de 4 anosou eu vou à luta, ou eu me conformo, desisto.
E eu acho; náo, não acho. E eu sou muito covarde prá lutar por você.
Porque embora eu acredite no amor verdadeiro, e ache que temos sempre de lutar por ele, me sinto fraca; e acho que seria em vão.
Além do que eu me sentiria muito ridícula (e quem disse que o amor não é ridículo?).
Porque meu amor por você é puro, verdadeiro, intenso, infinito...
isso eu sei.
Mas e o teu amor por mim? Eu nem sei se existe, ou se um dia chegou a existir...
E vai ser assim.
Pronto.
Eu vou tentar esquecer, tentar tocar a vida, como venho tentando há 4 anos.
Se o meu destino for ficar ao teu lado, as coisas vão acontecer...
nessa ou nas minhas próximas vidas.
O que me dói é não saber se eu acredito nisso de verdade, ou se me engano e me agarro a isso para sentir conforto.
Dor.
Mas quem sabe...
Um dia isso passa. Ah, passa sim.
E a música do Los Hermanos que eu coloquei hoje no meu flog, é prá ti.
E foi difícil escolher...
Enfim.